O segundo dia do Brasil Investment Forum dedicou um painel para debater os novos rumos do sistema financeiro no Brasil, o protagonismo do país na área de Fintechs, e as medidas que devem ser tomadas para dar ainda mais segurança aos investidores privados.

Como dar condições para o Brasil se modernizar de forma inclusiva, competitiva e transparente foi o eixo central das discussões ocorridas no painel “Democratização do Sistema Financeiro: Agenda #BC”, que reuniu representantes do setor público e privado durante o Brasil Investment Forum, que está em seu segundo dia de realização (11 de outubro), em São Paulo.

Henrique Bredda, gestor do Fundo Alaska, mediou as discussões, instigando os participantes a debaterem os rumos que o país precisa tomar e o que vem sendo feito para que o sistema financeiro favoreça o crescimento do país e torne o Brasil ainda mais atrativo para os investidores internacionais. O painel contou com a participação do presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto, Sérgio Furio, presidente da Creditas, David Vélez, sócio fundador do Nubank, Willem Sutherland, CEO do ING Bank e Octávio de Lazari Junior, CEO do Bradesco.

Campos Neto destacou que o Brasil pretende se modernizar nos próximos anos, tornando o sistema brasileiro mais inclusivo, competitivo, transparente e dando mais educação financeira à população. “Nos próximos anos, o microcrédito deverá ser estimulado, bem como o cooperativismo. Vamos incentivar essas modalidades de acesso a crédito, além de trabalhar para remover o entulho histórico e burocrático de fazer uma transação em outra moeda no Brasil”, disse. “Outro ponto que está no radar do Banco Central é o pagamento instantâneo. Queremos um sistema pronto para executar isso no final de 2020. Estamos em metamorfose. Mas dessa vez queremos nos transformar com dinheiro privado, e não público. E vamos dar as condições para que o setor privado possa fazer isso acontecer”, pontuou o presidente do Banco Central do Brasil.

O avanço das fintechs no mercado brasileiro foi o principal tema trazido pelo CEO da Creditas, Sérgio Furio. Ele ressaltou o aumento de consumo de crédito pela classe média brasileira. “Atualmente é muito mais barato consumir crédito no Brasil, pois os juros têm caído e, com o aumento de atores do sistema financeiro e avanço das fintechs, isso se torna mais fácil”, disse ele. “Não precisa haver uma dicotomia entre bancos e fintechs. As duas empresas têm formas diferentes de atuar e o Banco Central brasileiro viu oportunidade em regulamentar as fintechs e dar um novo fôlego ao sistema financeiro brasileiro, agindo acertadamente”, avaliou.

David Vélez, sócio fundador do Nubank, trouxe para a mesa de discussão a importância de o Brasil ter mais atores no sistema financeiro. Ele lembrou do motivo que o fez empreender: a dificuldade de abrir uma conta bancária quando chegou ao Brasil. Para ele, o foco no cliente é a fórmula de sucesso que levou o Nubank a conquistar um milhão de clientes em apenas dois anos. A meta era chegar a esse patamar em cinco anos. Atualmente o Nubank tem mais de 15 milhões de clientes. “Acredito que mais concorrência traz melhores preços e mais vantagens para o consumidor. Precisamos de três anos para ganhar licença de financeira, mas conseguimos e temos como proposta criar um novo relacionamento com o consumidor. Estamos crescendo dessa forma. O mercado brasileiro tem muitas oportunidades para quem está disposto a derrubar mitos”, contou.

A importância da transparência e da segurança regulatória foi o eixo da fala de Willem Sutherland, CEO do ING Bank, quinto maior banco da Europa. Segundo ele, o ING vem investindo muito em tecnologias disruptivas voltadas para a oferta de serviços online e fintechs, mantendo a simplicidade de seus produtos e a previsibilidade de custos para o consumidor e o investidor. “O ministro Paulo Guedes (Economia) mencionou acertadamente ontem aqui no BIF que há muito capital disponível no mundo. E, ao ouvir os painéis nesses últimos dois dias de evento, dá para perceber que o país está no caminho certo. É preciso ter confiança nos atores locais para que o investidor sinta segurança para trazer seu capital para cá. Transparência e segurança regulatória são dois elementos-chave”, destacou. “Acredito que o país tem se movido no rumo certo, aumentando a transparência e a atratividade para os investidores internacionais”, opinou.

As novas tecnologias e os avanços que isso traz para o consumidor e seus impactos no modelo de negócio dos bancos foram os destaques trazido pelo CEO do Bradesco, Octávio de Lazari Junior. “Discussão de novas tecnologias não é moda, é fato. E é muito sadia. Estamos todos nos preparando para um novo modelo de negócio no Brasil e no mundo, em que a rentabilidade dos bancos será menor, mas surgirão novas oportunidades de negócios. Isso é muito sadio para o Brasil e para o povo brasileiro e é importante que essa abertura do mercado esteja sendo incentivada pelo Banco Central”, disse Lazari Junior.

O presidente do Banco Central fechou o painel reforçando que as mudanças são importantes porque fazem parte de um projeto de governo em que o Estado apenas dará as condições necessárias para o setor privado promover as mudanças que a sociedade precisa, atendendo aos consumidores, com liberdade econômica. “O papel do governo não é dizer o que tem que ser feito, é promover a regulação saudável do mercado para que as empresas possam atender com presteza aos desejos dos consumidores brasileiros”, encerrou.

Confira a íntegra do painel aqui:

O Ministro da Justiça, Sérgio Moro, foi palestrante em sessão especial do Brasil Investment Forum 2019, nesta sexta-feira (11/10), em São Paulo. Na ocasião, o ex-comandante da Lava Jato falou sobre o tema de Segurança Jurídica e Agenda Anticorrupção e destacou a forte relação entre justiça, segurança púbica e ambiente de negócios no país.

Em sua apresentação, Moro deu ênfase ao enfrentamento da corrupção que vem sendo feito pelo governo. “A corrupção é como areia nas engrenagens. Ela afasta os investimentos públicos e a concorrência leal. O mercado quer previsibilidade e segurança”, comentou. 

O ministro detalhou as iniciativas que estão sendo adotadas para a redução da taxa de criminalidade no país, tais como o Pacote AntiCrime. “O crime cresceu no Brasil durante 20 anos, mesmo durante períodos de prosperidade econômica. Ou seja, não existe uma correlação tão clara entre o aumento do PIB e a diminuição da criminalidade. Mas isso só não basta, um dos grandes problemas é o problema da impunidade, que estamos combatendo”, disse.

“Existe um grande caminho a ser percorrido, mas precisamos do apoio do setor privado, seja para realizar os investimentos que o estado não tem mais condição de fazer, seja porque a presença do setor privado leva a um ganho de eficiência”, comentou Moro.  “Temos de avançar institucionalmente como país contra a corrupção, contra o crime organizado e contra a criminalidade violenta”, concluiu.

O BIF conta com mais de 2 mil participantes oriundos de 45 países e que atuam em 32 setores da economia. O perfil dos inscritos inclui autoridades governamentais, empresários, investidores brasileiros e estrangeiros, startups e executivos de alto escalão de grandes corporações.

Assista à íntegra da apresentação do Ministro Sérgio Moro no BIF:

A Apex-Brasil, em parceria com o Centro Brasileiro de Relações Internacionais (CEBRI), realizou na manhã do dia 11 de outubro um café da manhã para empresas internacionais, com o objetivo de debater o engajamento da iniciativa privada e as políticas de Governo para o ingresso do Brasil na OCDE e os impactos que isso trará para a economia do País.

Estavam presentes representantes de 29 empresas, entre presidentes, diretores e relações institucionais e governamentais. Empresas como Siemens, Dow Chemical Company, IBM, Bayer e Exxon Mobil participaram do evento, aberto pelo Embaixador José Alfredo Graça Lima, Vice Presidente do CEBRI.

O Diretor de Negócios da Apex-Brasil, Augusto Pestana, ressaltou o esforço conjunto que vem sendo empreendido para aprimorar a atuação da Apex-Brasil no apoio ao exportador e ao investidor, tornando-a uma agência de destaque entre as agências globais de promoção de exportações e atração de investimento.

Participou do evento o Subchefe de Ação Governamental da Casa Civil da Presidência da República, Marcelo Barros, que falou sobre a importância do Estado ser menos presente na economia, mas sem que isso torne o Estado menos forte: “um Estado forte significa melhores política públicas, e esse é o esforço que o Governo tem estabelecido”. Barros também sugeriu aos empresários que eles conheçam mais detalhadamente os processos de formulação de políticas de governo, e que se faça uma grande mobilização em prol de um relacionamento saudável entre sociedade, iniciativa privada e governo. Sandra Rios, Senior Fellow do CEBRI, falou sobre a atuação da OCDE e as condições para ingresso do Brasil.


Acordo assinado nesta sexta-feira (11/10) por Apex-Brasil e PPI
divulgará projetos para investidores estrangeiros de maneira estruturada e priorizada por setor e mercado

Posicionar o Brasil como destino de investimentos estrangeiros para projetos de infraestrutura é um dos principais objetivos do acordo de cooperação técnica assinado nesta sexta-feira (11/10) em São Paulo pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Atração de Investimentos (Apex-Brasil) e o Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) da Casa Civil.

A parceria prevê a dedicação de esforços mútuos para atrair capital estrangeiros para o setor de infraestrutura brasileiro priorizados pelo PPI por meio da realização de atividades relacionadas à inteligência, promoção e facilitação de investimentos. Investidores estrangeiros já presentes no paí também serão apoiados por meio do trabalho conjunto de Apex-Brasil e PPI.

O acordo foi sacramentado pelo presidente da Apex-Brasil, Sergio Segovia, e pela Secretária Especial do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), Martha Seillier, durante a 3ª edição do Brasil Investment Forum (BIF). “A parceria permitirá divulgarmos projetos do PPI para investidores estrangeiros de maneira estruturada e priorizada por setor e mercado. Além disso, fortalecerá a imagem da Apex-Brasil como ponto de referência e fonte de informação para investidores estrangeiros que buscam negócios no Brasil”, acredita Segovia.

“Esse acordo vem fortalecer ainda mais a agenda do PPI com toda a inteligência comercial e abrangência das ações da Apex-Brasil. O próprio BIF é um exemplo de como a parceria da Apex com o PPI pode alavancar ainda mais a visibilidade e compreensão da nossa carteira”, afirma Martha Seillier.

Sobre o Brasil Investment Forum

O maior evento voltado à atração de investimentos na América Latina ocorre nos dias 10 e 11 de outubro em São Paulo. Organizado pelo governo brasileiro – por meio da Apex-Brasil, do Ministério de Economia e do Ministério de Relações Exteriores –, em parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento, o Fórum de Investimentos Brasil (em inglês: Brasil Investment Forum) destaca oportunidades de investimentos em setores estratégicos da economia brasileira, como infraestrutura, energia, agronegócios, tecnologia e inovação.

Participam do BIF cerca de 1.500 participantes entre executivos de grandes empresas, formadores de opinião, representantes de alto escalão do governo, investidores estrangeiros e empresários brasileiros. Para se ter uma ideia da relevância do evento, na edição 2018 estiveram presentes convidados estrangeiros de mais de 48 países. Noventa por cento do público presente era oriundo do setor privado.

O Fórum foi inaugurado pelo Presidente da República, Jair Bolsonaro, e pelo Presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento, Sr. Luis Alberto Moreno. Também participaram o Ministro Chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni e os ministros Ernesto Araújo (Relações Exteriores), Paulo Guedes (Economia), Sérgio Moro (Justiça), Bento Costa L. Leite (Minas e Energia), Tereza Cristina Dias (Agricultura, Pecuária e Abastecimento), Tarcísio de Freitas (Infraestrutura) e Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia).

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Iniciativa foi firmada pelo ministro Sergio Moro durante o Fórum de Investimentos Brasil 2019

O Ministério da Justiça e Segurança Pública firmou acordo com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) com o objetivo de impulsionar investimentos em segurança pública.

O documento foi assinado, nesta quinta-feira (10), pelo ministro Sergio Moro, pelo presidente do BNDES, Gustavo Montezado, e pelo presidente do BID, Luis Alberto Moreno durante o Fórum de Investimentos Brasil 2019, em São Paulo (SP).

O acordo pretende estimular possíveis linhas de crédito para financiar programas e projetos, assim como fortalecer os mecanismos de planejamento, governança e gestão do Sistema Único de Segurança Pública (Susp).

“Elevadas taxas de criminalidade  acabam gerando sentimento de insegurança pública, afugentando o turismo, investidores e qualquer investimento nessa área, que não seja apenas para comprar equipamentos de segurança mas também investimentos com projetos que ajudem a identificar em um local quais as causas que favorecem a incidência de criminalidade podem fazer uma grande diferença”, afirmou Moro.

Segundo Moro, o Ministério vai atuar como “impulsionador de bons projetos” na segurança pública a serem apresentados também pelos estados e municípios. Ao BNDES e ao BID caberá apoio na elaboração e execução de projetos e também na oferta de linhas de crédito específicas para a segurança pública.

“Através do gestor público a gente entende o problema do cidadão, o Ministério entende onde que a atuação do banco, seja com recurso financeiro, seja com a expertise técnica, vai trazer mais melhoria de vida para as pessoas”, afirmou o presidente do BNDES, Gustavo Montezado.

Ao falar para empresários, Tereza Cristina lembrou as vantagens de investir no setor e disse que o país deve assumir sua vocação de potência agroambiental global

A ministra Tereza Cristina (Agricultura, Pecuária e Abastecimento) disse nesta quinta-feira (10) que o Brasil já é reconhecido como uma potência agrícola, mas tem espaço para continuar crescendo, de forma sustentável. Ao participar do painel Brasil: Potência Agrícola Sustentável, durante o Brasil Investment Forum 2019, em São Paulo, a ministra disse que o Brasil quer avançar para além dos atuais 7% de participação no comércio mundial. 

“Somos um dos poucos países do mundo com capacidade de expandir significativamente a oferta de alimentos de forma sustentável. Para seguir incrementando a produção nacional e minimizando os impactos ao meio ambiente, o governo brasileiro e o setor privado precisam continuar trabalhando juntos”, disse a ministra, destacando que o Brasil deve, efetivamente, assumir sua vocação de potência agroambiental global.

Ela também destacou a importância da ampliação dos investimentos estrangeiros no país, para garantir a continuidade do crescimento. Segundo ela, existem oportunidades ao longo de toda a cadeia produtiva do agro, como em insumos, maquinário, produção, processamento, estocagem, distribuição e transporte.

“Para garantir o contínuo aumento da produtividade e o fortalecimento da capacidade do produtor brasileiro de não apenas identificar tendências globais, mas também de criar ou moldar essas tendências, a ampliação do volume de investimento estrangeiro no Brasil é fundamental”, disse. Segundo ela, o governo brasileiro vê com bons olhos todo investimento voltado para a diversificação da produção nacional e para a ampliação de mercados.

Ao falar para empresários brasileiros e estrangeiros, a ministra lembrou as vantagens de se investir no agro brasileiro. Além de ter um mercado interno formado por 210 milhões de consumidores, a participação no Mercosul permite o acesso a mais 55 milhões de pessoas residentes nos países vizinhos.

Além disso, nos próximos anos, esse número de consumidores será ainda maior, considerando os dois acordos recém-fechados pelo Brasil com União Europeia e EFTA, formado pela Suíça, Noruega, Islândia e Liechtenstein, que somam juntos quase 510 milhões de habitantes.

“A conclusão desses dois acordos é um sinal claro à comunidade internacional de que o Brasil está aberto ao mundo, em prol do livre comércio”, disse a ministra, lembrando que Brasil tem defendido, ainda, negociações de acordos comerciais do Mercosul com outros mercados importantes como Canadá, México, Japão, Singapura.

O presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), Sergio Segovia, destacou que o trabalho é para tornar o Brasil “protagonista inquestionável na quantidade e qualidade da produção agropecuária”. Segundo o presidente, a Apex apoia a internacionalização das 1 mil empresas agropecuárias, que exportaram US$ 20 bilhões, o equivalente a 19% do total das exportações do agro. Ele ressaltou ainda que é preciso buscar “produtos e soluções que traduzam a responsabilidade ambiental e social” do país.

Crescimento sustentável

A ministra reafirmou que o crescimento da atividade agropecuária e a proteção do meio ambiente não são premissas conflitantes. “Pelo contrário. A agricultura é um dos setores mais afetados pelos efeitos das mudanças climáticas: temperaturas médias mais altas, mudanças nas chuvas, aumento na frequência e intensidade de eventos climáticos, assim como a possibilidade de aumento de danos causados por pragas e doenças poderão afetar fortemente o trabalho no campo”, disse. 

Ela contou que vem conversando com associações, autoridades e imprensa internacional sobre a realidade da agricultura brasileira, que é pujante, moderna e sustentável, e lembrou que as previsões de organizações como FAO e OCDE apontam que a demanda por alimento, energia e recursos naturais básicos, como água potável, deverá aumentar.

“O produtor rural brasileiro, tenho absoluta certeza, é um aliado da preservação ambiental. A promoção da agricultura empreendedora, da agricultura inovadora, da agricultura inclusiva, é também a promoção do meio ambiente”, concluiu a ministra. 

Conectividade

Durante o painel, a ministra destacou a importância de se levar conectividade a pequenos e médios produtores. “ A conectividade é importantíssima. Precisamos ter conectividade para que o produtor possa utilizar a tecnologia. A conectividade está atrelada à infraestrutura que precisamos. Os investimentos são muito bem-vindos nessas áreas”, afirmou. 

O painel foi mediado pelo professor Marcos Jank e teve a participação do CEO da Solinftec, Rodrigo Lafelice dos Santos, do CEO Global da Bayer, Werner Baumann, e do chefe economista global da John Deere, Luke Chandler. 

Encontros com investidores

Antes do painel, a ministra teve reuniões com empresas que investem ou querem investir no agronegócio. Nos encontros, a ministra tratou de conectividade no campo, projetos de irrigação, cooperação com Embrapa, propostas inovadoras na segurança alimentar, financiamento agrícola e pauta de exportação. Participaram das reuniões os secretários de Comércio e Relações Internacionais do Mapa, Orlando Leite Ribeiro, e de Inovação, Desenvolvimento Rural e Irrigação, Fernando Camargo. 

Veja aqui imagens do BIF 2019

BIF

Organizado pelo governo brasileiro, por meio da Apex-Brasil, do Ministério da Economia e do Ministério das Relações Exteriores, em parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento, o BIF é o maior evento voltado à atração de investimentos na América Latina. Mais de 2 mil participantes de 45 países e de 37 setores da economia participam do evento. São autoridades governamentais, empresários, investidores brasileiros e estrangeiros, startups e executivos de grandes corporações. 

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Painel realizado no Brasil Investment Forum apontou a necessidade de investimentos em educação e novas tecnologias para impulsionar o desempenho das empresas

A importância de investir em educação para qualificar ainda mais os profissionais, o desenvolvimento de tecnologias de ponta e, claro, a necessidade de implementar reformas que melhorem o ambiente produtivo nas empresas. Com esses temas em destaque, o painel “A produtividade no centro da agenda econômica” reuniu representantes do setor público e privado durante o Brasil Investment Forum, que está sendo realizado em São Paulo nos dias 10 e 11 de outubro.

O mediador foi Ludger Schuknecht, Secretário Geral Adjunto da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que provocou os palestrantes a falarem sobre os desafios a serem vencidos para alcançar o aumento da produtividade nas empresas ao longo dos próximos anos.

Caio Megale, Secretário Especial da Produtividade, Emprego e Competitividade Substituto no Ministério da Economia, destacou os pilares em que o órgão almeja fomentar a produtividade: boa infraestrutura, bom funcionamento dos mercados, capital humano e desburocratização do ambiente de negócios. “Temos que desenvolver estratégias que abordem e atraiam o setor privado, diferentes modos de financiamento, de forma a ter a capacidade para fazer todas essas coisas sem o suporte governamental”, explicou.

José Acosta, Presidente da Americas UPS, reforça a necessidade de as empresas passarem por um processo de digitalização. “Ainda se usa muito papel. Precisamos trocar as coisas que fizemos no passado. A transformação digital faz com que você resolva rapidamente problemas que você as vezes levaria uma década”, aposta.

Já o presidente da KPMG Brasil e na América do Sul, Charles Krieck, acredita que os investimentos em infraestrutura, a reforma tributária, novos ajustes na legislação trabalhista e incentivos à educação são imperativos para a obtenção de ganhos de produtividade. “Sobretudo, precisamos investir fortemente no ensino profissionalizante. Temos competência pra treinar as pessoas a desenvolverem determinadas atividades na indústria e no comercio. A curto prazo é uma medida importante. A médio prazo é preciso olhar as universidades”, recomenda.

A aposta em treinamentos, capacitações e no ensino também foram apontados como essenciais por Dirk Ahlborn, CEO da Hyperloop Transportation Technologies. “Gostaria de ver muito mais idiomas falados aqui no Brasil. Mas o capital humano que encontramos aqui no País é fantástico. O que também acho realmente necessário é incentivar a inovação, sentar junto às empresas e ouvi-las”, explica.

Bader Hareb, CEO da Emaar Properties PJS, falou sobre a evolução da produtividade nos Emirados Árabes Unidos, país onde fica a sede da empresa que atua com grandes empreendimentos imobiliários. “A diversificação é a chave para o nosso sucesso devido ao fato de que a cultura dos Emirados está em constante mutação. O governo local criou um ambiente que possibilitou à Emaar prosperar, e para isso é fundamental que os setores público e privado andem de mãos dadas”, contou.

Confira a íntegra do painel aqui:

Na abertura da edição 2019 do Brasil Investment Forum, Presidente da República e Ministros apresentam reformas e indicadores para atrair investimentos estrangeiros ao País

As reformas feitas pelo Governo Brasileiro foram o destaque das falas das autoridades brasileiras no discurso de abertura da edição 2019 do Brasil Investment Forum (BIF), o maior evento sobre atração de investimentos para o Brasil, que ocorre em São Paulo nos dias 10 e 11 outubro.

O evento conta com mais de 2 mil participantes oriundos de 45 países e que atuam em 37 setores da economia. O perfil dos inscritos inclui autoridades governamentais, empresários, investidores brasileiros e estrangeiros, startups e executivos de alto escalão de grandes corporações.

Em seu discurso de abertura, o Presidente da República, Jair Bolsonaro, direcionou a sua fala aos investidores estrangeiros presentes, convocando-os a investir no Brasil. “Para nós conquistarmos a confiança de vocês, não valem apenas bons discursos. Temos de provar na prática o que somos e o que estamos fazendo. A responsabilidade jurídica e a garantia estão acima de tudo para nós, e é dessa forma que queremos cativá-los. Estamos aqui porque acreditamos em vocês, e vocês estão aqui porque acreditam no Brasil. O que nós queremos é um Brasil melhor para todos, e o mundo estará muito melhor se o Brasil também melhorar”, destacou o Presidente.

O BIF é organizado em parceria pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Ministério das Relações Exteriores e Ministério da Economia. O presidente do BID, Luis Alberto Moreno, exaltou a provável aprovação da reforma da previdência pelo Congresso Nacional brasileiro como um fator crucial para fortalecer a confiança no País. “A aprovação trará investimentos a longo prazo e beneficiará futuras gerações. Nesse sentido, o Brasil está se diferenciando de outros países”, disse. Moreno também ressaltou o setor de tecnologias em sistemas financeiros (a chamada fintech) como um setor forte no Brasil. “Em fintech o Brasil está na vanguarda dos países da América Latina, e essa revolução na indústria bancária é importante porque estende o benefício a mais pessoas”, afirmou.

Alguns dos setores da economia que serão tema de destaque no BIF 2019 são energia, inserção do Brasil na economia global, defesa, agronegócio, relações de trabalho, infraestrutura e tecnologia. “O amplo leque de temas indica a medida da importância do evento e de sua incomparável funcionalidade para a atualização a respeito do ambiente de negócios do Brasil e das ofertas estratégicas que o País apresenta ao investidor”, afirmou Sergio Segovia, Presidente da Apex-Brasil, na abertura do BIF. Para Segovia, é fundamental que a Apex-Brasil seja reconhecida como ponto focal operacional para o atendimento ao investidor estrangeiro e para a execução das políticas públicas de atração de Investimento Estrangeiro Direto no Brasil.

Ludger Schuknecht, Secretário-Adjunto da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), também reforçou a importância das reformas em curso no Brasil. “Queremos trabalhar juntos para fazer do Brasil um destino mais atrativo para os investidores. O País está lentamente saindo de uma recessão longa rumo a uma recuperação sustentável, e para isso é fundamental ter políticas públicas bem desenhadas”, ressaltou. A OCDE é uma das principais referências, em âmbito global, para as políticas públicas que impactam na economia dos países.

Ministros ressaltam as mudanças

Os Ministros Ernesto Araújo (Relações Exteriores), Paulo Guedes (Economia) e Onyx Lorenzoni (Casa Civil) também reforçaram o papel de um evento como o BIF para o incremento da economia brasileira em nível nacional e global.

“Tenho a convicção de que as discussões que serão realizadas aqui no BIF muito contribuirão para que continuemos nesse caminho de entrega de resultados que atendem aos interesses do brasileiros e podem contribuir para o aumento do interesse do mundo pelas oportunidades existentes na América do Sul, e que gerarão oportunidade de crescimento não apenas para o Brasil, mas para todos”, disse Araújo.

Paulo Guedes destacou as reformas feitas pelo Governo Brasileiro como fundamentais para o crescimento do País. “Estamos desestatizando, privatizando, desalavancamos os bancos públicos e pela primeira vez o crescimento do País será um crescimento sustentável, saudável; não será uma bolha ou um vôo da galinha”, afirmou. Os acordos comerciais em negociação também foram citados por Guedes. “Conseguimos fazer acordo com o Mercosul, que estava parado, e estamos agora conversando com Canadá, Japão, EUA, Coréia do Sul”, complementou.

Por fim, o Ministro da Casa Civil afirmou que o Governo Brasileiro vem trabalhando para trazer a confiança de cada investidor de forma que o Brasil possa ser visto como um lugar de oportunidades concretas, seguro e rentável. “Se o investidor veio para o Brasil, é porque além de ser um ambiente seguro, é um mercado que terá alta rentabilidade. E o grande lucro que teremos como brasileiros será a geração de empregos, o acesso a novas tecnologias e o desenvolvimento da nossa sociedade”, finalizou Onyx Lorenzoni.

Saiba mais sobre o Brasil Investment Forum em www.brasilinvestmentforum.com

O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, foi um dos palestrantes de destaque do Brasil Investment Forum, que começou nesta quinta-feira (10/10) em São Paulo. Para uma plateia de mais de dois mil empresários e investidores, Araújo falou sobre o novo ambiente político e econômico do país.

“Queremos que os senhores investidores sejam nossos sócios nesse projeto de transformação do Brasil em outro país, que estamos conduzindo”, convidou Araújo. “Estamos trabalhando para melhorar o ambiente de negócios, de participação social na política e o ambiente democrático, de uma forma que não tem precedente no país. Na questão de meio ambiente, estamos trabalhando com uma nova filosofia de preservação ambiental que não se restrinja à proteção, mas caminhe para a geração de emprego e de oportunidades”, completou. “O Brasil está no início de um novo ciclo de crescimento baseado no investimento privado e na liberdade econômica. No caso da Amazônia, por exemplo, queremos transformar a região em um novo polo econômico de desenvolvimento sustentável baseado em investimento privado”, destacou Araújo

Potencializar a atratividade do Brasil como destino estratégico para investimentos estrangeiros em projetos de energia é um dos principais objetivos do acordo de cooperação técnica assinado nesta quinta-feira (10/10) em São Paulo pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) e Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil).

A parceria prevê a dedicação de esforços mútuos para atrair capital estrangeiros para o setor de energia elétrica brasileiro por meio da realização de atividades relacionadas à inteligência, promoção e facilitação de investimentos. Investidores estrangeiros já presentes no país também serão apoiados por meio do trabalho conjunto da ANEEL e Apex-Brasil.

O acordo foi sacramentado pelo diretor-geral da ANEEL, André Pepitone, e pelo presidente da Apex-Brasil, Sergio Segovia, durante a 3ª edição do Brasil Investment Forum (BIF).

“O acordo vai impulsionar ainda mais os investimentos estrangeiros no setor elétrico, que já é um dos principais destinos do capital internacional no Brasil. Temos hoje, em geração, transmissão e distribuição, investidores espanhóis, italianos, franceses, portugueses, chineses, indianos, colombianos e de muitos outros países. A regulação segura e estável feita pela ANEEL favorece a atração desse capital. E agora, com a parceria com um órgão que tem excelência na promoção comercial do Brasil, como a Apex-Brasil, vamos buscar ainda mais recursos para o setor”, comenta Pepitone.

“A parceria permitirá divulgarmos oportunidades para investidores estrangeiros de maneira estruturada e priorizada por fonte e mercado. Além disso, fortalecerá a imagem da Apex-Brasil como ponto de referência e fonte de informação para investidores estrangeiros que buscam negócios no Brasil”, acredita Segovia.

O acordo prevê fortalecer a expertise da ANEEL na promoção do reconhecimento sólido e transparente do marco regulatório do Brasil e a elaboração de estratégia coordenada com as embaixadas e escritórios internacionais da Apex-Brasil para fomentar a atração de investimentos no setor elétrico.

A atuação da ANEEL como órgão regulador foi recentemente reconhecida por uma das principais agências internacionais de avaliação de risco, a Standard & Poor´s, que produziu um relatório afirmando que a atuação firme e segura da ANEEL garante previsibilidade à regulação do setor elétrico brasileiro, assegurando a atração de investimentos. 

Sobre o Brasil Investment Forum

O maior evento voltado à atração de investimentos na América Latina será realizado nos dias 10 e 11 de outubro em São Paulo. Organizado pelo governo brasileiro – por meio da Apex-Brasil, do Ministério das Relações Exteriores e do Ministério da Economia–, em parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento, o Fórum de Investimentos Brasil (em inglês: Brasil Investment Forum) destacará oportunidades de investimentos em setores estratégicos da economia brasileira, como infraestrutura, energia, agronegócios, tecnologia e inovação. Esta será uma oportunidade única para discutir as melhorias no ambiente de negócios no Brasil.

São esperados para o BIF cerca de 1.500 participantes entre executivos de grandes empresas, formadores de opinião, representantes de alto escalão do governo, investidores estrangeiros e empresários brasileiros. Para se ter uma ideia da relevância do evento, na edição 2018 estiveram presentes convidados estrangeiros de mais de 48 países. Noventa por cento do público presente era oriundo do setor privado.

O Fórum foi inaugurado pelo Presidente da República, Jair Bolsonaro, e pelo Presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento, Sr. Luis Alberto Moreno. Também participam como palestrantes os Ministros Ernesto Araújo (Relações Exteriores), Paulo Guedes (Economia), Sérgio Moro (Justiça), Bento Albuquerque (Minas e Energia), Tereza Cristina Dias (Agricultura, Pecuária e Abastecimento), Tarcísio de Freitas (Infraestrutura) e Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia).

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