Painel apresentado na edição 2019 do Brasil Investment Forum teve debates sobre a associação do País à OCDE, o papel da OMC e a necessidade de consolidar reformas estruturantes

Um dos destaques na programação da quinta-feira (10/10) no Brasil Investment Forum 2019 (BIF), em São Paulo, foi o painel que debateu a inserção do Brasil na economia global. O debate abordou temas diversos como a possível entrada do País na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a relevância da Organização Mundial do Comércio (OMC) na resolução de conflitos e o atual momento do Mercosul e das agendas de possíveis acordos de livre comércio com outros blocos comerciais.

A moderação do painel foi de Fabrizio Opertti, Gerente de Comércio e Integração do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), que iniciou o painel ressaltando a recuperação econômica do Brasil, com ênfase no fato de o País hoje ser destino de mais da metade dos investimentos estrangeiros diretos na América do Sul. Opertti então passou a palavra para o Secretário Especial de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais do Ministério da Economia, Marcos Troyjo.

Troyjo traçou um panorama sobre a situação do Brasil na economia global hoje, num contexto em que quatro grandes fatores devem ser levados em conta: os Estados Unidos seguem sendo um dos principais competidores do mercado; existe uma rivalidade comercial entre EUA e China; há uma competição por padrões de novas tecnologias; e o impacto da indústria 4.0 (ou economia 4.0) nos novos negócios. “O que temos no Brasil agora é um dia de sol e não de tempestade. A partir de 2020 vamos ter o Brasil em condições de desempenhar um papel mais central no comércio exterior”, acredita Troyjo.

Um dos pontos centrais da fala de Norberto Moretti, Secretário de Política Externa e Comercial e Econômica do Ministério das Relações Exteriores (MRE), foi a relevância do papel da OMC no novo contexto mundial. Para Norberto, o cenário em que o órgão foi criado mudou completamente, principalmente pelo crescimento do protagonismo chinês no comércio exterior nas últimas décadas. “Hoje a OMC vive um momento muito difícil, e talvez o elemento mais visível e urgente dessa dificuldade é que em poucas semanas o órgão não terá mais como atuar no sistema de solução de controvérsias. Mas acredito que a OMC seguirá sendo fundamental, e o Brasil e a América Latina precisam atuar para criar um centro gravitacional no órgão que o distancie de qualquer polarização”, explicou Norberto.  

O senador norte-americano Rick Scott elogiou o Presidente da República, Jair Bolsonaro, por ter percebido em recentes encontros com o mandatário brasileiro um grande empenho em melhorar a economia brasileira. “Sei que muitas pessoas de negócios aqui estão extremamente otimistas, e há razões para isso. Não vejo motivos, por exemplo, para que o Brasil não se torne muito em breve o maior parceiro comercial da Flórida”, disse o político, que governou o estado norte-americano da Flórida por duas vezes. “Basta o Brasil fazer sua lição de casa: implementar reformas, reduzir o tamanho da estrutura de governo e olhar como se gasta o dinheiro. Isso não é fácil e será preciso muito suporte da sociedade comercial para que todo esse contexto ocorra”, disse Scott.

Lisa Schroeter, Diretora Comercial da Dow Chemical, destacou que o interesse em estabelecer um sistema regulatório saudável vai auxiliar nas metas de longo prazo do governo e fazer com que os investidores tenham um caminho mais fácil para investir no Brasil. “Além disso, essas reformas são elementos críticos para que o País postule o ingresso na OCDE”, disse.

Para Luiz Pretti, CEO da Cargill, a inovação é outro aspecto intimamente ligado à atração de investimentos, mas é necessário estar muito atento para o incremento do setor de infraestrutura no Brasil. “O investimento em inovação é fundamental para o Brasil continuar a ser parte de um celeiro do mundo. O País tem condições de ser um dos grandes competidores em tecnologia no mundo. Mas sem investimentos em infraestrutura e compromissos assumidos de médio e longo prazo, isso é muito difícil, pois os custos de logística são muito altos”, analisa.

Dinip Sundaram, CEO da Mahindra, também parabenizou o Governo Brasileiro pela forma como vem conduzindo as reformas. A companhia indiana emprega mais de 100 mil pessoas em todo o mundo e tem planos ambiciosos para o Brasil. “O que fizemos nos EUA nos últimos 35 anos é o que pretendemos fazer no Brasil em cinco anos”, contou Dinip durante o painel.

Assista à íntegra do Painel 2 – O Brasil na economia global: a agenda de inserção internacional

Painel realizado no Brasil Investment Forum apontou a necessidade de investimentos em educação e novas tecnologias para impulsionar o desempenho das empresas

A importância de investir em educação para qualificar ainda mais os profissionais, o desenvolvimento de tecnologias de ponta e, claro, a necessidade de implementar reformas que melhorem o ambiente produtivo nas empresas. Com esses temas em destaque, o painel “A produtividade no centro da agenda econômica” reuniu representantes do setor público e privado durante o Brasil Investment Forum, que está sendo realizado em São Paulo nos dias 10 e 11 de outubro.

O mediador foi Ludger Schuknecht, Secretário Geral Adjunto da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que provocou os palestrantes a falarem sobre os desafios a serem vencidos para alcançar o aumento da produtividade nas empresas ao longo dos próximos anos.

Caio Megale, Secretário Especial da Produtividade, Emprego e Competitividade Substituto no Ministério da Economia, destacou os pilares em que o órgão almeja fomentar a produtividade: boa infraestrutura, bom funcionamento dos mercados, capital humano e desburocratização do ambiente de negócios. “Temos que desenvolver estratégias que abordem e atraiam o setor privado, diferentes modos de financiamento, de forma a ter a capacidade para fazer todas essas coisas sem o suporte governamental”, explicou.

José Acosta, Presidente da Americas UPS, reforça a necessidade de as empresas passarem por um processo de digitalização. “Ainda se usa muito papel. Precisamos trocar as coisas que fizemos no passado. A transformação digital faz com que você resolva rapidamente problemas que você as vezes levaria uma década”, aposta.

Já o presidente da KPMG Brasil e na América do Sul, Charles Krieck, acredita que os investimentos em infraestrutura, a reforma tributária, novos ajustes na legislação trabalhista e incentivos à educação são imperativos para a obtenção de ganhos de produtividade. “Sobretudo, precisamos investir fortemente no ensino profissionalizante. Temos competência pra treinar as pessoas a desenvolverem determinadas atividades na indústria e no comercio. A curto prazo é uma medida importante. A médio prazo é preciso olhar as universidades”, recomenda.

A aposta em treinamentos, capacitações e no ensino também foram apontados como essenciais por Dirk Ahlborn, CEO da Hyperloop Transportation Technologies. “Gostaria de ver muito mais idiomas falados aqui no Brasil. Mas o capital humano que encontramos aqui no País é fantástico. O que também acho realmente necessário é incentivar a inovação, sentar junto às empresas e ouvi-las”, explica.

Bader Hareb, CEO da Emaar Properties PJS, falou sobre a evolução da produtividade nos Emirados Árabes Unidos, país onde fica a sede da empresa que atua com grandes empreendimentos imobiliários. “A diversificação é a chave para o nosso sucesso devido ao fato de que a cultura dos Emirados está em constante mutação. O governo local criou um ambiente que possibilitou à Emaar prosperar, e para isso é fundamental que os setores público e privado andem de mãos dadas”, contou.

Confira a íntegra do painel aqui:

O Ministro da Economia, Paulo Guedes, foi o palestrante da primeira sessão-chave do Fórum de Investimentos Brasil 2019, que acontece em São Paulo, nestas quinta (10/11) e sexta (11/11). Guedes iniciou sua fala apresentando os pilares da política econômica e destacou a Reforma da Previdência como “primeiro pilar” necessário para a retomada do crescimento sustentável da economia.

“Crescimento sustentável que é coordenado pelo setor privado, com crédito e fluxo privado, sem subsídios públicos. Não tem voo de galinha na economia brasileira, não tem crescimento artificial”, disse.

Guedes seguiu afirmando que é preciso transformar a economia e “atacar o desequilíbrio fiscal e o gasto público – que passou de 18 para 40% do PIB nos últimos anos. O Brasil gastava muito e gastava mal. Quando olhávamos a composição do gasto a maior parte dele era com a Previdência”.  De acordo com o ministro, 94% das despesas eram obrigatórias e, por isso, é preciso “descarimbar os recursos e fazer com que a classe política retome o controle sobre o orçamento público. Isso é a nova política em que há diálogo e cada região define a forma de aplicação de seus recursos” afirmou Guedes.

Os gastos para pagar juros da dívida foram apontados como outro problema da economia brasileira a ser trabalhado: “essa era a nossa segunda maior despesa e chegamos a pagar R$ 100 bilhões por ano. Por isso, precisamos desmobilizar ativos, reequilibrar as contas públicas e retomar investimentos, que já foram de até 25% do PIB e caíram para quase 1% nos últimos cinco anos”.

O ministro reforçou iniciativas na área de infraestrutura que irão promover o comércio internacional nos próximos anos, como acordos com o Peru, para facilitar o comércio com a China e “um corte pelo Norte, pela Guiana Inglesa, que pode ser uma saída para nossos produtos por Roraima e entrada de recursos energéticos. Além de novos acordos comerciais com o Mercosul e com a União Europeia e diálogos com o Canadá e Coréia do Sul”. Destaque, ainda, para os debates para investimentos privados em saneamento básico.

Reindustrialização da economia com uso de energia barata e simplificação de impostos ocasionarão mais empregos, segundo Guedes. “Para se ter uma ideia, os encargos sobre a mão de obra ocasionaram os quase 40 milhões de pessoas fora do trabalho formal. Por isso é preciso desonerar a folha”.

Por fim, Guedes afirmou que “assim que acabar a Reforma da Previdência, entra o Pacto Federativo e os primeiros passos da Reforma Tributária. A Reforma Tributária é importantíssima, mas não podemos fazer com urgência e correr o risco de sair malfeita. Vamos dar o primeiro passo conciliatório em direção à proposta que já está na Câmara” afirmou o ministro.

O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, foi keynote sepeaker no Brasil Investment Forum, que começou nesta quinta-feira (10/10) em São Paulo. Para uma plateia de mais de dois mil empresários e investidores, Araújo falou sobre o novo ambiente político e econômico do país.

“Queremos que os senhores investidores sejam nossos sócios nesse projeto de transformação do Brasil em outro país, que estamos conduzindo”, convidou Araújo. “Estamos trabalhando para melhorar o ambiente de negócios, de participação social na política e o ambiente democrático, de uma forma que não tem precedente no país. Na questão de meio ambiente, estamos trabalhando com uma nova filosofia de preservação ambiental que não se restrinja à proteção, mas caminhe para a geração de emprego e de oportunidades”, completou.

“O Brasil está no início de um novo ciclo de crescimento baseado no investimento privado e na liberdade econômica. No caso da Amazônia, por exemplo, queremos transformar a região em um novo polo econômico de desenvolvimento sustentável baseado em investimento privado”, destacou Araújo.

O primeiro painel do Brasil Investment Forum 2019, realizado no dia 10 de outubro com o tema “A Reforma do Setor de Energia: mais concorrência para estimular a oferta e a inovação” abordou oportunidades de investimento no país para desenvolvimento do setor de energia, a partir de questões como o avanço das tecnologias, a transição da matriz energética e a riqueza de fontes renováveis que há no Brasil, os leilões do setor elétrico e a regulação do setor.

Moderado por André Clark Juliano, CEO da Siemens, o painel contou com a presença de Marisete Pereira, secretária-executiva do Ministério de Minas e Energia (MME), Gustavo Montezano, presidente do BNDES, Francesco Starace, CEO da ENEL, Jean Michel Lavergne, VP Americas da Total e José Ignácio Sánchez Gálan, CEO da Iberdrola.

O CEO da ENEEL, Franscesco Starace, destacou que há três pontos que a multinacional considera quando direciona seus investimentos e o Brasil atende a todos eles. “A primeira é que o país deve ter pelo menos duas boas fontes de energia renovável. E o Brasil tem não apenas duas, tem todas elas. A segunda é o equilíbrio entre oferta e demanda e a terceira é um sistema regulatório que possamos entender e confiar. O Brasil é exemplo de um regulador que conhece seu país que é extremamente complexo e variado geograficamente”, comentou.

 Ao falar sobre a modernização do setor elétrico, Marisete afirmou que a divisão do pagamento pela segurança do sistema é um dos desafios do MME para a execução do novo modelo do setor elétrico. A secretária explicou que o Ministério segue dialogando com os governos estaduais na busca por harmonização regulatória para o desenvolvimento do mercado de gás.

Já o presidente do BNDES, Gustavo Montezano, abordou a questão do crédito para o setor e tratou, especificamente, da questão do mercado de gás: “O BNDES vai apoiar (o mercado de gás) seja com crédito, seja com serviço de estruturação, seja com modelagem de projeto”, afirmou.

Segundo ele, o banco de fomento pretende daqui pra frente atuar fazendo não só o crédito que já faz hoje. “Vamos continuar fazendo crédito, não acabou o dinheiro do BNDES. Só queremos fazer com mais capital privado junto com a gente, adicionando essa capacidade de modelagem de projetos e assessoria para o Estado brasileiro”, enfatizou.

Montezano disse que o País vive o melhor momento para investir e empreender. “Não só no setor elétrico, mas em toda a matriz econômica”, frisou. “O BNDES vai manter o papel de protagonista na história do desenvolvimento energético do país”, ressaltou, lembrando que o Banco já é atualmente “o maior financiador de energia limpa do mundo”. Ainda de acordo com o presidente, o BNDES tem “expertise e know-how histórico com capacidade de processar todo o fluxo de financiamento verde que está surgindo no Brasil”.

Iniciativa foi firmada pelo ministro Sergio Moro durante o Fórum de Investimentos Brasil 2019

O Ministério da Justiça e Segurança Pública firmou acordo com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) com o objetivo de impulsionar investimentos em segurança pública.

O documento foi assinado, nesta quinta-feira (10), pelo ministro Sergio Moro, pelo presidente do BNDES, Gustavo Montezado, e pelo presidente do BID, Luis Alberto Moreno durante o Fórum de Investimentos Brasil 2019, em São Paulo (SP).

O acordo pretende estimular possíveis linhas de crédito para financiar programas e projetos, assim como fortalecer os mecanismos de planejamento, governança e gestão do Sistema Único de Segurança Pública (Susp).

“Elevadas taxas de criminalidade  acabam gerando sentimento de insegurança pública, afugentando o turismo, investidores e qualquer investimento nessa área, que não seja apenas para comprar equipamentos de segurança mas também investimentos com projetos que ajudem a identificar em um local quais as causas que favorecem a incidência de criminalidade podem fazer uma grande diferença”, afirmou Moro.

Segundo Moro, o Ministério vai atuar como “impulsionador de bons projetos” na segurança pública a serem apresentados também pelos estados e municípios. Ao BNDES e ao BID caberá apoio na elaboração e execução de projetos e também na oferta de linhas de crédito específicas para a segurança pública.

“Através do gestor público a gente entende o problema do cidadão, o Ministério entende onde que a atuação do banco, seja com recurso financeiro, seja com a expertise técnica, vai trazer mais melhoria de vida para as pessoas”, afirmou o presidente do BNDES, Gustavo Montezado.

Ao falar para empresários, Tereza Cristina lembrou as vantagens de investir no setor e disse que o país deve assumir sua vocação de potência agroambiental global

A ministra Tereza Cristina (Agricultura, Pecuária e Abastecimento) disse nesta quinta-feira (10) que o Brasil já é reconhecido como uma potência agrícola, mas tem espaço para continuar crescendo, de forma sustentável. Ao participar do painel Brasil: Potência Agrícola Sustentável, durante o Brasil Investment Forum 2019, em São Paulo, a ministra disse que o Brasil quer avançar para além dos atuais 7% de participação no comércio mundial. 

“Somos um dos poucos países do mundo com capacidade de expandir significativamente a oferta de alimentos de forma sustentável. Para seguir incrementando a produção nacional e minimizando os impactos ao meio ambiente, o governo brasileiro e o setor privado precisam continuar trabalhando juntos”, disse a ministra, destacando que o Brasil deve, efetivamente, assumir sua vocação de potência agroambiental global.

Ela também destacou a importância da ampliação dos investimentos estrangeiros no país, para garantir a continuidade do crescimento. Segundo ela, existem oportunidades ao longo de toda a cadeia produtiva do agro, como em insumos, maquinário, produção, processamento, estocagem, distribuição e transporte.

“Para garantir o contínuo aumento da produtividade e o fortalecimento da capacidade do produtor brasileiro de não apenas identificar tendências globais, mas também de criar ou moldar essas tendências, a ampliação do volume de investimento estrangeiro no Brasil é fundamental”, disse. Segundo ela, o governo brasileiro vê com bons olhos todo investimento voltado para a diversificação da produção nacional e para a ampliação de mercados.

Ao falar para empresários brasileiros e estrangeiros, a ministra lembrou as vantagens de se investir no agro brasileiro. Além de ter um mercado interno formado por 210 milhões de consumidores, a participação no Mercosul permite o acesso a mais 55 milhões de pessoas residentes nos países vizinhos.

Além disso, nos próximos anos, esse número de consumidores será ainda maior, considerando os dois acordos recém-fechados pelo Brasil com União Europeia e EFTA, formado pela Suíça, Noruega, Islândia e Liechtenstein, que somam juntos quase 510 milhões de habitantes.

“A conclusão desses dois acordos é um sinal claro à comunidade internacional de que o Brasil está aberto ao mundo, em prol do livre comércio”, disse a ministra, lembrando que Brasil tem defendido, ainda, negociações de acordos comerciais do Mercosul com outros mercados importantes como Canadá, México, Japão, Singapura.

O presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), Sergio Segovia, destacou que o trabalho é para tornar o Brasil “protagonista inquestionável na quantidade e qualidade da produção agropecuária”. Segundo o presidente, a Apex apoia a internacionalização das 1 mil empresas agropecuárias, que exportaram US$ 20 bilhões, o equivalente a 19% do total das exportações do agro. Ele ressaltou ainda que é preciso buscar “produtos e soluções que traduzam a responsabilidade ambiental e social” do país.

Crescimento sustentável

A ministra reafirmou que o crescimento da atividade agropecuária e a proteção do meio ambiente não são premissas conflitantes. “Pelo contrário. A agricultura é um dos setores mais afetados pelos efeitos das mudanças climáticas: temperaturas médias mais altas, mudanças nas chuvas, aumento na frequência e intensidade de eventos climáticos, assim como a possibilidade de aumento de danos causados por pragas e doenças poderão afetar fortemente o trabalho no campo”, disse. 

Ela contou que vem conversando com associações, autoridades e imprensa internacional sobre a realidade da agricultura brasileira, que é pujante, moderna e sustentável, e lembrou que as previsões de organizações como FAO e OCDE apontam que a demanda por alimento, energia e recursos naturais básicos, como água potável, deverá aumentar.

“O produtor rural brasileiro, tenho absoluta certeza, é um aliado da preservação ambiental. A promoção da agricultura empreendedora, da agricultura inovadora, da agricultura inclusiva, é também a promoção do meio ambiente”, concluiu a ministra. 

Conectividade

Durante o painel, a ministra destacou a importância de se levar conectividade a pequenos e médios produtores. “ A conectividade é importantíssima. Precisamos ter conectividade para que o produtor possa utilizar a tecnologia. A conectividade está atrelada à infraestrutura que precisamos. Os investimentos são muito bem-vindos nessas áreas”, afirmou. 

O painel foi mediado pelo professor Marcos Jank e teve a participação do CEO da Solinftec, Rodrigo Lafelice dos Santos, do CEO Global da Bayer, Werner Baumann, e do chefe economista global da John Deere, Luke Chandler. 

Encontros com investidores

Antes do painel, a ministra teve reuniões com empresas que investem ou querem investir no agronegócio. Nos encontros, a ministra tratou de conectividade no campo, projetos de irrigação, cooperação com Embrapa, propostas inovadoras na segurança alimentar, financiamento agrícola e pauta de exportação. Participaram das reuniões os secretários de Comércio e Relações Internacionais do Mapa, Orlando Leite Ribeiro, e de Inovação, Desenvolvimento Rural e Irrigação, Fernando Camargo. 

Veja aqui imagens do BIF 2019

BIF

Organizado pelo governo brasileiro, por meio da Apex-Brasil, do Ministério da Economia e do Ministério das Relações Exteriores, em parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento, o BIF é o maior evento voltado à atração de investimentos na América Latina. Mais de 2 mil participantes de 45 países e de 37 setores da economia participam do evento. São autoridades governamentais, empresários, investidores brasileiros e estrangeiros, startups e executivos de grandes corporações. 

Clique aqui para ouvir a matéria da Rádio Mapa

Informações à imprensa
Coordenação-Geral de Comunicação
imprensa@agricultura.gov.br
registrado em: fórum de investimentos

Na abertura da edição 2019 do Brasil Investment Forum, Presidente da República e Ministros apresentam reformas e indicadores para atrair investimentos estrangeiros ao País

As reformas feitas pelo Governo Brasileiro foram o destaque das falas das autoridades brasileiras no discurso de abertura da edição 2019 do Brasil Investment Forum (BIF), o maior evento sobre atração de investimentos para o Brasil, que ocorre em São Paulo nos dias 10 e 11 outubro.

O evento conta com mais de 2 mil participantes oriundos de 45 países e que atuam em 37 setores da economia. O perfil dos inscritos inclui autoridades governamentais, empresários, investidores brasileiros e estrangeiros, startups e executivos de alto escalão de grandes corporações.

Em seu discurso de abertura, o Presidente da República, Jair Bolsonaro, direcionou a sua fala aos investidores estrangeiros presentes, convocando-os a investir no Brasil. “Para nós conquistarmos a confiança de vocês, não valem apenas bons discursos. Temos de provar na prática o que somos e o que estamos fazendo. A responsabilidade jurídica e a garantia estão acima de tudo para nós, e é dessa forma que queremos cativá-los. Estamos aqui porque acreditamos em vocês, e vocês estão aqui porque acreditam no Brasil. O que nós queremos é um Brasil melhor para todos, e o mundo estará muito melhor se o Brasil também melhorar”, destacou o Presidente.

O BIF é organizado em parceria pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Ministério das Relações Exteriores e Ministério da Economia. O presidente do BID, Luis Alberto Moreno, exaltou a provável aprovação da reforma da previdência pelo Congresso Nacional brasileiro como um fator crucial para fortalecer a confiança no País. “A aprovação trará investimentos a longo prazo e beneficiará futuras gerações. Nesse sentido, o Brasil está se diferenciando de outros países”, disse. Moreno também ressaltou o setor de tecnologias em sistemas financeiros (a chamada fintech) como um setor forte no Brasil. “Em fintech o Brasil está na vanguarda dos países da América Latina, e essa revolução na indústria bancária é importante porque estende o benefício a mais pessoas”, afirmou.

Alguns dos setores da economia que serão tema de destaque no BIF 2019 são energia, inserção do Brasil na economia global, defesa, agronegócio, relações de trabalho, infraestrutura e tecnologia. “O amplo leque de temas indica a medida da importância do evento e de sua incomparável funcionalidade para a atualização a respeito do ambiente de negócios do Brasil e das ofertas estratégicas que o País apresenta ao investidor”, afirmou Sergio Segovia, Presidente da Apex-Brasil, na abertura do BIF. Para Segovia, é fundamental que a Apex-Brasil seja reconhecida como ponto focal operacional para o atendimento ao investidor estrangeiro e para a execução das políticas públicas de atração de Investimento Estrangeiro Direto no Brasil.

Ludger Schuknecht, Secretário-Adjunto da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), também reforçou a importância das reformas em curso no Brasil. “Queremos trabalhar juntos para fazer do Brasil um destino mais atrativo para os investidores. O País está lentamente saindo de uma recessão longa rumo a uma recuperação sustentável, e para isso é fundamental ter políticas públicas bem desenhadas”, ressaltou. A OCDE é uma das principais referências, em âmbito global, para as políticas públicas que impactam na economia dos países.

Ministros ressaltam as mudanças

Os Ministros Ernesto Araújo (Relações Exteriores), Paulo Guedes (Economia) e Onyx Lorenzoni (Casa Civil) também reforçaram o papel de um evento como o BIF para o incremento da economia brasileira em nível nacional e global.

“Tenho a convicção de que as discussões que serão realizadas aqui no BIF muito contribuirão para que continuemos nesse caminho de entrega de resultados que atendem aos interesses do brasileiros e podem contribuir para o aumento do interesse do mundo pelas oportunidades existentes na América do Sul, e que gerarão oportunidade de crescimento não apenas para o Brasil, mas para todos”, disse Araújo.

Paulo Guedes destacou as reformas feitas pelo Governo Brasileiro como fundamentais para o crescimento do País. “Estamos desestatizando, privatizando, desalavancamos os bancos públicos e pela primeira vez o crescimento do País será um crescimento sustentável, saudável; não será uma bolha ou um vôo da galinha”, afirmou. Os acordos comerciais em negociação também foram citados por Guedes. “Conseguimos fazer acordo com o Mercosul, que estava parado, e estamos agora conversando com Canadá, Japão, EUA, Coréia do Sul”, complementou.

Por fim, o Ministro da Casa Civil afirmou que o Governo Brasileiro vem trabalhando para trazer a confiança de cada investidor de forma que o Brasil possa ser visto como um lugar de oportunidades concretas, seguro e rentável. “Se o investidor veio para o Brasil, é porque além de ser um ambiente seguro, é um mercado que terá alta rentabilidade. E o grande lucro que teremos como brasileiros será a geração de empregos, o acesso a novas tecnologias e o desenvolvimento da nossa sociedade”, finalizou Onyx Lorenzoni.

Saiba mais sobre o Brasil Investment Forum em www.brasilinvestmentforum.com

Potencializar a atratividade do Brasil como destino estratégico para investimentos estrangeiros em projetos de energia é um dos principais objetivos do acordo de cooperação técnica assinado nesta quinta-feira (10/10) em São Paulo pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) e Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil).

A parceria prevê a dedicação de esforços mútuos para atrair capital estrangeiros para o setor de energia elétrica brasileiro por meio da realização de atividades relacionadas à inteligência, promoção e facilitação de investimentos. Investidores estrangeiros já presentes no país também serão apoiados por meio do trabalho conjunto da ANEEL e Apex-Brasil.

O acordo foi sacramentado pelo diretor-geral da ANEEL, André Pepitone, e pelo presidente da Apex-Brasil, Sergio Segovia, durante a 3ª edição do Brasil Investment Forum (BIF).

“O acordo vai impulsionar ainda mais os investimentos estrangeiros no setor elétrico, que já é um dos principais destinos do capital internacional no Brasil. Temos hoje, em geração, transmissão e distribuição, investidores espanhóis, italianos, franceses, portugueses, chineses, indianos, colombianos e de muitos outros países. A regulação segura e estável feita pela ANEEL favorece a atração desse capital. E agora, com a parceria com um órgão que tem excelência na promoção comercial do Brasil, como a Apex-Brasil, vamos buscar ainda mais recursos para o setor”, comenta Pepitone.

“A parceria permitirá divulgarmos oportunidades para investidores estrangeiros de maneira estruturada e priorizada por fonte e mercado. Além disso, fortalecerá a imagem da Apex-Brasil como ponto de referência e fonte de informação para investidores estrangeiros que buscam negócios no Brasil”, acredita Segovia.

O acordo prevê fortalecer a expertise da ANEEL na promoção do reconhecimento sólido e transparente do marco regulatório do Brasil e a elaboração de estratégia coordenada com as embaixadas e escritórios internacionais da Apex-Brasil para fomentar a atração de investimentos no setor elétrico.

A atuação da ANEEL como órgão regulador foi recentemente reconhecida por uma das principais agências internacionais de avaliação de risco, a Standard & Poor´s, que produziu um relatório afirmando que a atuação firme e segura da ANEEL garante previsibilidade à regulação do setor elétrico brasileiro, assegurando a atração de investimentos. 

Sobre o Brasil Investment Forum

O maior evento voltado à atração de investimentos na América Latina será realizado nos dias 10 e 11 de outubro em São Paulo. Organizado pelo governo brasileiro – por meio da Apex-Brasil, do Ministério das Relações Exteriores e do Ministério da Economia–, em parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento, o Fórum de Investimentos Brasil (em inglês: Brasil Investment Forum) destacará oportunidades de investimentos em setores estratégicos da economia brasileira, como infraestrutura, energia, agronegócios, tecnologia e inovação. Esta será uma oportunidade única para discutir as melhorias no ambiente de negócios no Brasil.

São esperados para o BIF cerca de 1.500 participantes entre executivos de grandes empresas, formadores de opinião, representantes de alto escalão do governo, investidores estrangeiros e empresários brasileiros. Para se ter uma ideia da relevância do evento, na edição 2018 estiveram presentes convidados estrangeiros de mais de 48 países. Noventa por cento do público presente era oriundo do setor privado.

O Fórum foi inaugurado pelo Presidente da República, Jair Bolsonaro, e pelo Presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento, Sr. Luis Alberto Moreno. Também participam como palestrantes os Ministros Ernesto Araújo (Relações Exteriores), Paulo Guedes (Economia), Sérgio Moro (Justiça), Bento Albuquerque (Minas e Energia), Tereza Cristina Dias (Agricultura, Pecuária e Abastecimento), Tarcísio de Freitas (Infraestrutura) e Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia).

Mais informações para imprensa:
Assessoria de imprensa Apex-Brasil
imprensa@apexbrasil.com.br
(61) 2027 0775
Assessoria de imprensa ANEEL
imprensa@aneel.gov.br
(61) 2192 8418