Painel realizado no Brasil Investment Forum 2019 falou da necessidade de focar a atuação do estado em serviços essenciais para a sociedade
Um estado mais enxuto e eficiente, atuando em consonância com o setor privado para prover à sociedade melhores serviços essenciais. Esse é o caminho desejado pelo Governo Brasileiro, segundo os palestrantes de painel realizado na tarde desta sexta-feira (11/10) durante o Brasil Investment Forum (BIF), em São Paulo.
Com moderação de Cristina Palmaka, presidente da SAP, o debate teve a participação de Salim Mattar (Secretário Especial de Desestatização e Desinvestimento do Ministério da Economia), Felipe Salto (Diretor Executivo do IFI no Senado Brasileiro), Alexandre Meira Rosa (Vice-Presidente de Países do BID) e José Berenguer (CEO do JP Morgan).
Segundo Salim Mattar, as estatais são, por sua própria natureza, ineficientes. “Se você comparar o retorno do Banco do Brasil com seus pares privados, vai verificar que os rendimentos são muito piores”, afirmou. O Secretário reforçou que o Governo Brasileiro quer ampliar a competição no mercado. “Para isso, precisamos desestatizar, permitir que o mercado funcione mais livremente, sem a presença do estado. Desestatizar é tornar privado aquilo que era público. É o governo sair fora de todos os elementos da economia em que a iniciativa privada possa operar”, concluiu. Mattar apontou ainda os serviços em que considera essencial a atuação do Estado: educação, saúde, relações exteriores, infraestrutura e segurança.
Felipe Salto, Diretor Executivo do IFI no Senado Brasileiro, acredita que o caminho para cortar os gastos do Estado brasileiro também passa necessariamente por reforma administrativa e melhoria nos mecanismos de gestão. “Gasta-se muito no Brasil, mas a qualidade do serviço prestado ainda não chega ao nível desejado pela sociedade. Simplificar é o essencial”, disse.
Alexandre Rosa também criticou a ineficiência na locação entre o gasto corrente, despesas com salário e demais gastos com investimentos. “Nos momentos de expansão da economia, os gastos públicos aumentam. Quando vem a contração, só os gastos com investimento são reduzidos”. O Vice-Presidente de Países do BID também destacou que a eficiência do Estado passa pelo processo de desburocratização, planejamento, estruturação dos investimentos e desestatização mais confiante.
José Berenguer acredita que a recessão econômica de hoje é reflexo dos acontecimentos dos últimos 50 anos, onde quem acaba sofrendo são as camadas menos protegidas da população. “A escolha é muito mais prática. O fato de o governo estar ajustando as despesas faz com que a dívida seja menor. Haverá uma substituição da dívida pública por dívida privada, e isso vai ajudar no processo de financiamento dessas concessões”, complementa.